Tem tanta gente falando de gentileza nas redes sociais, nas mídias e nas conversas, que se pode dizer que a palavra virou moda e a frase “gentileza gera gentileza” permanece em evidência o tempo todo. É absolutamente verdadeiro e necessário que a gentileza deva ser sempre estimulada e praticada por todos, pois ela fortalece o melhor convívio na família, na escola, no clube e em todos os ambientes profissionais e sociais. Mas é possível que nem todas as pessoas pensem, reflitam ou saibam de fato o que é a gentileza e as suas várias nuances e implicações. Há a possibilidade de que pessoas diferentes entendam também de maneira diversa o sentido da gentileza.
Em primeiro lugar, na Língua Portuguesa existem palavras que parecem sinônimas mas na prática podem ter entonações ou intensidades diferentes. É o caso por exemplo da sinceridade e da franqueza. Quando alguém pergunta se pode ser sincero a reação imediata do interlocutor é dizer: claro, pode falar. Mas quando alguém pergunta, às vezes com as mãos na cintura, se pode ser franco, o alerta se acende e se pensa: aí vem paulada. E tem gente que responde que não quer ouvir a franqueza. Da mesma forma há a possibilidade de se confundir a gentileza com o elogio, com o favor ou com a atitude educada. Na verdade a gentileza é mais do que apenas isso! Ela é maior do que o elogio, a educação e o favor, pois ela se reveste da sinceridade, da honestidade, da sensibilidade, da empatia e do desinteresse.
Em segundo lugar, também, dependendo do que já se sabe da outra pessoa, algumas vezes, há o receio de se receber ou de se aceitar uma gentileza porque tem gente sim que entende a sua gentileza como um favor a ser retribuído no futuro, desproporcionalmente e incomodamente.
Em terceiro lugar, pode-se perguntar como a pessoa com quem se é gentil está entendendo a gentileza. Por exemplo, em alguns países desenvolvidos, no ambiente profissional, se um homem cede o seu lugar para que a mulher passe à sua frente, há a possibilidade que alguém entenda ou interprete que o homem está exercitando o seu poder de machismo. Em qualquer país também tem gente que entende uma gentileza como possível assédio. E pode ser! Mesmo nas redes sociais ou nos ambientes profissionais e sociais, os elogios quanto à imagem pessoal como o corpo e seus detalhes podem gerar desconforto. Não é raro se ler ou ouvir as seguintes frases: “não é porque pedi a gentileza que me adicionasse na sua rede que estou interessada em você” ou “sorrir para você não significa que você pode me convidar para jantar”. Como se pode perceber, às vezes, pode ser complicadíssimo para alguém saber ser gentil com outra pessoa ou essa outra pessoa receber a gentileza com confiança.
Finalmente é importante mencionar que a Etiqueta Social ensina, incentiva e valoriza a gentileza que é exclusivamente desprovida de qualquer interesse. Ela se associa à amabilidade, à cortesia, à bondade, à educação, ao respeito e, principalmente, é feita com o coração. Com certeza essa é a verdadeira gentileza!